Unidade Educacional: Colégio Estadual Princesa Izabel
Diretor: Wattson Mamedes de
Souza
Professora: Luciene Aparecida
Silvestre
Aluno (a):___________________________________________________
Série: 7ª Ano A e B
Taquaral de Goiás, 31 de Maio de 2021
Data da entrega: Ainda hoje 31/05/2021 até as 22:30 horas da noite.
Plano
de Ação/SIGAE
INSTRUÇÕES:
1.
Preencha o cabeçalho.
2.
Dê respostas completas a todas as questões. Faça letra legível.
3.
Leia as questões com atenção antes de respondê-las;
Habilidades: (EF69LP47-B)
Perceber como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de
sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização
dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das
diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto,
indireto e indireto livre), do uso de pontuação expressiva, palavras e
expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos
linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.
TEXTO 1 Observe a imagem abaixo, e depois responda as atividades
1) Pela
expressão facial do desenho, você considera essa uma família feliz? Por quê?
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2) Essa família
representa alguma região brasileira? Você acha que ela vive no mundo rural ou
urbano?
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A obra Vidas
Secas narra a história de uma família de retirantes obrigada a deixar seu
espaço atingido pela seca. O vaqueiro Fabiano, sua mulher - Sinhá Vitória - e
os dois filhos - denominados apenas menino mais velho e menino mais novo -
constituem a família de retirantes. Com eles vão a cachorra Baleia e um
papagaio. Passam parte do tempo em uma fazenda. Julgando-se explorados pelo
patrão e percebendo que vão enfrentar mais um período de seca, acuados pela
miséria, Fabiano e sua família recomeçam a vagar pelo sertão.
Capítulo 1 –
Mudança: Parte I
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão. - Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo. A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos. - Anda, excomungado. O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário - e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde. Tinham deixado os caminhos, cheios de espinho e seixos, fazia horas que pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés. Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os juazeiros invisíveis. E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silêncio grande. Ausente do companheiro, a cachorra Baleia tomou a frente do grupo. Arqueada, as costelas à mostra, corria ofegando, a língua fora da boca. E de quando em quando se detinha, esperando as pessoas, que se retardavam. Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, a beira de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava. Tinha andado a procurar raízes, à toa: o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na caatinga. Sinhá Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspero, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa atitude ridícula. Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo. Ordinariamente a família falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.
3) Procure no
texto, palavras e expressões que apontam para o cenário em que se passa a
narrativa.
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4) Por que o
papagaio, assim como toda a família, não falava, só “aboiava” (chamava) o gado
e imitava a cachorra Baleia? Procure uma frase do texto que comprove a sua
resposta.
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5) Transcreva do
texto uma passagem que sinaliza para uma outra realidade vivida pela família e
que contrasta com a sua condição de retirantes.
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6) Fabiano chega
a considerar a hipótese de abandonar o filho à própria sorte, mas desistiu de
levar à frente essa ideia. Leia os trechos e, identifique os que comprovam a
razão de sua desistência, marcando (C) para CERTO e (E) para ERRADO.
A)( ) “Os
infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos”.
B) ( ) “[...] o
pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos”.
C) ( ) “Fabiano
meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do
menino, que se encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um
defunto.”.
D)( ) “Pensou
nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os
arredores.”
E) ( ) “Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato”.
7) Diante dos
problemas sociais, a vida da família relatada no livro “Vidas Secas” é
realmente seca. Isso acontecia porque se trata de uma vida
A)( ) tranquila
B) ( )
sub-humana
C) ( ) alegre
D)( ) normal
8) Dentre as
opções abaixo, assinale aquela que está correta e mais completa em relação ao
enredo de “Vidas Secas”.
A) ( ) Ele conta
a história de quatro pessoas e uma cachorrinha pelo sertão nordestino à procura
de um lugar para morar.
B) ( ) Ele conta
a história de uma família de quatro pessoas e um papagaio pelo sertão
nordestino em busca de uma nova vida.
C) ( ) Ele conta
a história de uma família de quatro pessoas.
D) ( ) Ele conta a história de uma família de quatro pessoas, um papagaio e uma cachorrinha a caminhar pelo sertão em busca de uma vida melhor.
9) Entre as
principais características de Vidas Secas, podemos citar:
A) ( ) Foco no
nordestino, mostrando os problemas como a seca, a migração e a miséria do
trabalhador rural.
B) ( ) Presença
de figuras de linguagem como metáfora, prosopopeia e zoomorfização.
C) ( ) Foco
narrativo em terceira pessoa.
D) ( ) Todas as anteriores.
10) Todos sabem
que narrar é contar um fato ou uma sucessão de fatos para construir uma história.
O foco narrativo desta narrativa :
A)( ) está em 1ª
pessoa, pois o narrador é observador.
B) ( ) está em
3ª pessoa, pois trata-se de narrador observador.
C) ( ) está em
1ª pessoa, ou seja, apresenta narrador personagem.
D)( ) está em 3ª
pessoa, isto é, o narrador é personagem.