Unidade Educacional: Colégio Estadual Princesa Izabel
Diretor: Wattson Mamedes de
Souza
Professora: Luciene Aparecida
Silvestre
Aluno
(a):___________________________________________________
Série: 6ª Ano A e B
Taquaral de Goiás, 13 de Setembro de 2021
Tema: Narrativas de Aventuras; Elementos da narrativa; Tempos verbais;
Discurso direto e indireto.
NARRATIVAS DE AVENTURA, O QUE SÃO?
A narrativa é uma sequência de fatos interligados que ocorrem ao longo de certo tempo e possuibelementos básicos na sua composição:
Fato — corresponde à ação que vai ser narrada (o
que);
Tempo — em que linha temporal aconteceu o fato
(quando);
Lugar — descrição de onde aconteceu o fato
(onde);
Personagens — participantes ou observadores da
ação (com quem); Causa — razão pela qual aconteceu o fato (por que);
Modo — de que forma aconteceu o fato (como);
Consequência — resultado do desenrolar da ação.
Narrador Observador: relata os fatos a partir
de sua visão, entretanto, não sabe tudo sobre seus personagens. Ele é uma
testemunha dos fatos e ações relatadas. (3ª pessoa do singular ou plural)
Narrador Personagem: O narrador personagem é
um tipo de narrador que participa da história e por isso, recebe esse nome. Ele
pode ser o personagem principal (narrador protagonista). (1ª pessoa do singular
ou plural)
Como toda narrativa, a estrutura se desenrola em 3
partes principais que se apresentam mais intensamente.
Introdução – Apresenta os personagens e o contexto para
dar início ao conflito.
Conflito– Na narrativa de aventura podem ocorrer diversos
conflitos ao redor de um conflito central;
Clímax – Momento mais tenso da história. Ação para a
resolução do conflito.
Desfecho ou enlace – É a solução do
problema ou conflito, concluindo a narrativa.
Leia atentamente o texto e responda às atividades a
seguir:
Robinson Crusoé
Celebrei o vigésimo sétimo aniversário da minha
vida na ilha de modo especial. Tinha muito a agradecer a Deus, agora mais do
que antes, já que os três últimos anos foram particularmente agradáveis ao lado
de Sexta–Feira. Tinha também o estranho pressentimento de que este seria o
último aniversário comemorado na ilha.
O barco estava guardado, em lugar seco e protegido,
esperando a época das chuvas terminar para empreender a viagem até o
continente. Enquanto aguardava tempo bom para lançar-me ao mar, eu
preparava todos os detalhes necessários ao sucesso da jornada: armazenar milho,
fazer pão, secar carne ao sol, confeccionar moringas de barro para transportar
água… Sexta-Feira andava pela praia, à procura de tartarugas. Voltou correndo,
apavorado.
— Patrão, patrão! Três canoas estão chegando com
muitos inimigos! Já estão muito perto…
Também me assustei. Não contava com o inesperado:
os selvagens não vinham à ilha no tempo das chuvas. Espiei-os do alto da paliçada
com os binóculos. Desembarcavam muito próximos do meu castelo, logo depois do
ribeirão. O perigo nunca fora tão iminente…
— Não são gente do seu povo, Sexta-Feira?
— Não, patrão. São inimigos. Eu vi
direitinho…
— Assim de tão longe? Como é que você sabe?
— Eu sei. Estes são inimigos… Talvez, até vir
aqui pra pegar Sexta-Feira.
Acalmei-o. Claro que não tinham vindo até a ilha
por causa dele! Já se passara muitos anos… Mas, de qualquer forma, o perigo era
grande. Estavam tão próximos que poderiam descobrir-nos facilmente. Se
quiséssemos ter alguma chance de sobrevivência, precisávamos atacá-los
primeiro, quando não esperassem.
Era fundamental fazer da surpresa nosso terceiro
guerreiro!
— Você pode lutar? — perguntei ao meu companheiro.
— Sexta-Feira pode guerrear sim, patrão! Basta
dizer o que devo fazer… Carreguei duas espingardas e quatro mosquetes com
chumbo grosso para dar a impressão de muitas balas. E preparei ainda duas
pistolas.
Reparti as armas de fogo com Sexta-Feira e rumamos
para o acampamento dos antropófagos. Eu levava também a espada, presa à
cintura, e meu companheiro, seu inseparável machado. Protegidos pelas árvores,
chegamos a menos de quarenta metros do inimigo. Na hora, não pude contá-los
todos. Posteriormente, somando os mortos e os fugitivos, descobri que eram
vinte e um.
As chamas da fogueira já ardiam, como línguas
vorazes à espera da gordura humana, que pingava de membros e partes cortadas
para alimentar sua gula. Eu relutava em atacá-los. Estava mesmo disposto a
aguardar o máximo possível, escondido no meio do bosque. E, se descobrisse que
iriam embora sem andar muito pela ilha, deixá-los-ia voltar sem importuná-los.
O grupo todo encontrava-se ocupado em soltar as cordas que prendiam mãos e pés
de um prisioneiro. Por fim, desmancharam a roda que ocultava o condenado à
morte e o arrastaram para perto do fogo.
Meu Deus, o prisioneiro era um homem branco! Não,
não iria aguardar os acontecimentos. Um homem cristão como eu estava prestes a
ser devorado por selvagens antropófagos… Na minha ilha. Eu não podia deixar
aquela bestialidade prosseguir! Fiz sinal a Sexta-Feira. Estava pronto? Então
que atirasse com a espingarda, que seguisse meu exemplo…
— Agora, Sexta-Feira! — berrei. Os dois tiros
ecoaram simultaneamente. Por um instante, o mundo parou. Horrorizados, os
selvagens viram vários dos seus guerreiros caírem sem vida. Não conseguiam
compreender de onde vinha a morte. As espingardas, carregadas com chumbo
grosso, provocaram um enorme estrago entre os inimigos: cinco caíram mortos, três
outros feridos. […] O mundo então pareceu vir abaixo: a praia virou um enorme
pandemônio. Tínhamos sido descobertos, mas ainda assim os selvagens não se
atreviam a atacar-nos. Gritos de guerra e raiva misturavam-se aos de dor dos
feridos.
Corri ao encontro do inimigo, Sexta-Feira seguiu
atrás de mim. No meio do caminho, já na areia da praia, paramos para garantir a
pontaria do tiro do último mosquete carregado. Mais alguns mortos e feridos
caíram ao chão. Os que ainda se mantinham em pé não sabiam se corriam ou se
lutavam. Fomos ao seu encontro. Ao passar pelo homem branco, entreguei-lhe
minha pistola: podia precisar dela para defender-se.
A luta prosseguia, agora num combate corpo a corpo.
Matei mais dois, três, quatro — não posso precisar quantos — com a espada. […]
Ainda assim, três inimigos conseguiram saltar dentro de um dos barcos e fugiram
para o mar. Dois pareciam ilesos; o outro sangrava, estava gravemente ferido.
[…] Corremos para a outra canoa, encalhada na areia da praia. Antes de fazê-la
navegar, descobrimos, deitado no seu fundo, mais um prisioneiro amarrado.
De repente, a máscara de guerra, em que se
transformara o rosto de Sexta-Feira, tornou-se doce e suave ao avistar o velho
homem, imóvel no chão do barco. Sexta-Feira tratou-o com muito cuidado,
dedicação e carinho. Soltou o velho, sentou-o, abraçou-o, apoiou sua cabeça
contra seu forte peito, enquanto afagava com mão de criança seus cabelos. Sem o
saber, Sexta-Feira acabara de salvar da morte o seu próprio pai. Os fugitivos
já iam longe no mar. Era inútil persegui-los. […]
Daniel Defoe. Robinson Crusoé: a conquista do mundo numa ilha.
Glossário
Antropófago: ser humano que se alimenta de
carne humana.
Bestialidade: comportamento que assemelha o homem à
besta (animal); brutalidade, estupidez, imoralidade.
Moringa: vaso de barro bojudo e de gargalo estreito
usado para acondicionar e conservar fresca e potável a água.
Mosquete: arma de fogo similar a uma espingarda.
Paliçada: cerca feita com estacas apontadas e fincadas
na terra, que serve de barreira defensiva.
Pandemônio: mistura confusa de pessoas ou coisas; confusão.
Agora, você já pode responder! As questões abaixo
são referentes ao texto lido acima “Robinson Crusoé”.
1.Quem são as personagens da narrativa de aventura
que você leu?
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2. Quem lidera as ações principais, ou seja,
protagonista da narrativa?
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3. Quem auxilia o líder a alcançar esses objetivos?
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4. Quem são as personagens que representam uma
oposição, ou seja, antagonistas aos objetivos e ações do líder?
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5. Onde ocorreram os fatos que você leu? Quando?
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6. Quem é o narrador do texto que você leu? Ele
participou dos acontecimentos? Esclareça sua resposta.
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7. Como podemos classificar o narrador desse conto,
em narrador personagem ou narrador observador? Justifique sua resposta com
trechos do texto. Caso tenha dúvida quanto à classificação, volte à explicação
anterior (foco narrativo).
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8. Qual o ponto alto do conto (clímax)?
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9. Como foi o desfecho desse conto?
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Discurso Direto e Discurso Indireto
O que é discurso? Discurso é fala. Tudo que
uma pessoa fala faz parte do seu discurso.
Observe o discurso do narrador-personagem, Robson
Crusoé, com o seu amigo Sexta-Feira:
— Você pode lutar? — perguntei ao meu companheiro.
— Sexta-Feira pode guerrear sim, patrão! Basta dizer o que devo fazer…
VOCÊ PERCEBEU?
No DISCURSO DIRETO usamos o TRAVESSÃO ( –
) para indicar a FALA dos PERSONAGENS (no caso, do narrador-personagem e do
personagem).
Agora observe outro discurso:
Fiz sinal a Sexta-Feira. Estava pronto? Então que atirasse com a espingarda, que seguisse meu exemplo…
No DISCURSO INDIRETO é o narrador
contando os fatos, os acontecimentos da história.
Observe que não usamos o travessão, para marcar a
fala, ela foi direta.
Agora, vamos à prática!
10.Marque a alternativa em que não aparece o
discurso direto.
a) ( ) — Não são gente do seu
povo, Sexta-Feira?
b) ( ) — Não, patrão. São
inimigos. Eu vi direitinho…
c) ( ) — Assim de tão
longe? Como é que você sabe?
d) ( ) Era fundamental fazer da surpresa nosso terceiro guerreiro!
11. Retire do texto que você leu um trecho em que haja discurso direto.
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Nesta aula, vamos relembrar também, os Tempos Verbais.
Observe o trecho que dá início à narrativa que lemos, Robson Crusoé, e responda: Qual o tempo verbal predomina no texto? Antes de responder a essa pergunta, observe:
Celebrei o vigésimo sétimo aniversário da minha vida na ilha de modo especial. Tinha muito a agradecer a Deus, agora mais do que antes, já que os três últimos anos foram particularmente agradáveis ao lado de Sexta–Feira.
As palavras destacadas, no trecho acima, são
verbos. Eles expressam quando ocorreram as ações do conto que lemos, e estão,
em sua maioria, no pretérito, ou seja, em um tempo que já
passou.
Os tempos verbais (presente, pretérito e futuro) se unem aos modos verbais (indicativo, subjuntivo e imperativo) para indicar a forma como ocorrem as ações, estados ou fenômenos expressados pelo verbo.
O TEMPO VERBAL informa, de uma maneira geral, se o verbo expressa algo que já aconteceu, que acontece no momento da fala ou que ainda irá acontecer.
Tempos Verbais do Modo indicativo
São essencialmente três tempos: Presente, Passado
(ou Pretérito) e Futuro.
· Presente simples (estudo) – expressa
algo que acontece no momento da fala.
· Pretérito perfeito (estudei) – expressa
uma ação pontual, ocorrida em um momento anterior à fala.
· Pretérito imperfeito (estudava) –
expressa uma ação contínua, ocorrida em um intervalo de tempo anterior à fala.
· Pretérito mais-que-perfeito (estudara)
– contrasta um acontecimento no passado ocorrido anteriormente a outro fato
também anterior ao momento da fala.
· Futuro do presente (estudarei) –
expressa algo que possivelmente acontecerá em um momento posterior ao da fala.
· Futuro do pretérito (estudaria) – expressa uma ação que era esperada no passado, porém que não aconteceu.
Agora, vamos colocar em prática o que acabamos de
relembrar!
12. Nos trechos do texto “Robson Crusoé”, a seguir,
identifique qual o tempo verbal das palavras em destaque.
a) — Agora, Sexta-Feira! — berrei.
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b) A luta prosseguia, agora num combate corpo
a corpo. _______________________
c) Acalmei-o. ________________
13. Baseando-se em seus conhecimentos, identifique
o tempo verbal da palavra destacada, no trecho do texto Robinson
Crusoé, a seguir:
“O barco estava guardado, em lugar seco e
protegido, esperando a época das chuvas terminar para empreender a viagem até o
continente. “
a) ( ) Presente simples.
b) ( ) Pretérito perfeito.
c) ( ) Pretérito imperfeito.
d) ( ) Pretérito mais-que-perfeito.