Colégio Estadual Princeza Izabel
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Taquaral de Goiás-G0
Professor: Rubla Moame
Lima de Barros
Nome
completo do aluno (a): _________________________________________Turma?______
Objetivo da Aula: Compreender a dinâmica dos
transportes no Brasil e suas funções.
Transportes no Brasil
Há um predomínio da utilização das rodovias, apesar da
relativa importância das ferrovias e das hidrovias para os meios de transporte
do Brasil.
Os transportes no Brasil concentram-se na utilização das
rodovias
O Brasil é um país com dimensões continentais, apresentando
uma larga extensão norte-sul, além de uma grande distância no sentido
leste-oeste em sua porção setentrional. Por esse motivo, é necessária uma ampla
rede articulada que ligue os diferentes pontos do território nacional a fim de
propiciar o melhor deslocamento de pessoas e mercadorias.
Além disso, para que o país possa ampliar as exportações,
importações e, principalmente, os investimentos estrangeiros, é necessário que
os meios de transporte ofereçam condições para que os empreendedores tanto do
meio agrário quanto do meio industrial possam ter condições de exercer suas
funções sociais. No Brasil, a estratégia principal foi a de priorizar a
estruturação do sistema rodoviário – sobretudo a partir do Governo JK – em
detrimento da construção de ferrovias e hidrovias, que só recentemente vêm
recebendo maiores investimentos.
As rodovias no Brasil
O transporte
rodoviário no Brasil foi – e ainda é – o meio responsável pela
maior parte dos fluxos de bens e pessoas no país, que priorizou a sua
construção para favorecer as empresas estrangeiras do setor automobilístico e
promover a entrada delas no país. A expectativa era estruturar o modal
rodoviário a fim de propiciar a construção de polos industriais de automóveis
no Brasil com o objetivo de ampliar a geração de empregos, embora hoje as
indústrias desse setor empreguem cada vez menos trabalhadores, em função das
novas tecnologias fabris.
Outra característica da implantação das rodovias no Brasil
foi a integração das diferentes partes do território brasileiro, que concentrou
seus investimentos nas regiões litorâneas. Esse quadro começou a mudar ao longo
do século XX, destacando-se a construção da capital Brasília. Assim, rodovias
como Belém-Brasília, Cuiabá-Porto Velho e tantas outras tinham como preocupação
estabelecer a ligação entre pontos e localidades até então desconectados.
A grande crítica a essa dinâmica questiona a opção por
rodovias, algo não muito recomendado para países com larga extensão
territorial, como o Brasil. Em geral, as estradas costumam ter um custo de manutenção
mais elevado do que outros meios de transporte, como o ferroviário e o
hidroviário, além de um maior gasto com combustíveis e veículos. Em virtude dos
elevados custos e da política neoliberal de redução dos gastos públicos em
investimentos estruturais, iniciou-se uma campanha de privatização das
rodovias, que encontrou o seu auge na década de 1990, mas que ainda ocorre
atualmente através de concessões públicas.
Apesar disso, a qualidade das rodovias no Brasil é bastante
ruim, além da larga quantidade de estradas não pavimentadas. Elas oneram os
gastos públicos, que muitas vezes não conseguem atender às necessidades
principais, fator que não se modifica nem com as privatizações, uma vez que as
concessões costumam ocorrer apenas com as estradas que já estão prontas e
estruturadas.
Trecho da rodovia Belém-Brasília em Tocantins (BR-153)
As ferrovias no Brasil
O transporte
ferroviário no Brasil foi predominante até o final do século XIX,
quando estruturava os deslocamentos de mercadorias da economia cafeeira, sendo,
por essa razão, bastante consolidado na região Sudeste. As ferrovias, apesar
dos elevados custos em suas construções, possuem baixos gastos em manutenção, o
que não impediu que, de 1950 até os dias atuais, várias delas fossem sucateadas
e até desativadas.
Além disso, existem várias ferrovias no Brasil em
construção, mas que as obras encontram-se inacabadas, muito embora os recentes
investimentos por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) trabalhem
para modificar esse cenário. A principal ferrovia no Brasil em construção é a
Ferrovia Norte-Sul, que já possui algumas áreas concluídas e em operação (ou
com uso e operação a serem efetuados em breve).
Após a privatização de boa parte das ferrovias nacionais na
década de 1990 e da derrocada da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), empresa
estatal responsável por administrá-las, a participação das ferrovias no Brasil
até aumentou, apesar de atender interesses e deslocamentos muito específicos e
limitados. Ainda hoje, a malha ferroviária nacional concentra-se nas regiões
Sul e Sudeste.
Trecho da rodovia norte-sul na cidade de Imperatriz (MA)
As hidrovias no Brasil
O transporte
hidroviário é o que possui a menor representatividade e
participação nos sistemas de deslocamento nacional, o que é uma grande
contradição, haja vista o grande potencial que o país possui para esse modal.
No Brasil, a rede hidroviária é muito ampla e muitos rios são navegáveis sem
sequer exigir a construção de grandes empreendimentos e estruturas, como obras
de correção e instalação de equipamentos.
Uma justificativa para a negligência de investimentos nas
hidrovias brasileiras é a existência de muitos rios de planalto, que são mais
acidentados e exigem mais obras de correção para facilitar o transporte. Os
rios de planície, mais facilmente navegáveis, encontram-se em áreas afastadas
dos grandes centros econômicos.
Por outro lado, cita-se a concentração de investimentos em
rodovias em áreas onde o mais indicado seria o investimento em hidrovias, cujo
exemplo mais notório é o caso da Transamazônica, uma estrada construída quase
que paralelamente ao rio Amazonas, de fácil navegação.
No entanto, a partir dos anos 1980 e sobretudo após a
criação do Mercosul, que passou a exigir mais das hidrovias para a integração
do Cone Sul, os investimentos públicos nessa área elevaram-se, mas ainda são
insuficientes. As principais hidrovias do Brasil são a Tietê-Paraná, a do Rio
São Francisco, a do Amazonas, entre outras.
Eclusa em operação na Hidrovia Tietê-Paraná ³
Em resumo, o que se percebe é que os meios de transporte no
Brasil precisam de diversificação para que haja menos dependência das rodovias
nos deslocamentos de mercadorias e pessoas. Em geral, é necessária a instalação
de uma matriz multimodal, ou seja, com vários sistemas de transportes
diferentes integrados. Outra necessidade é uma maior integração rumo ao oeste
do país, principalmente em direção aos países sul-americanos e ao Oceano
Pacífico, com vistas a ampliar as trocas comerciais dentro do continente e em
direção aos países asiáticos.
Atividade (copiar somente as questões, e todas as alternativas)
01-O Brasil é um país de dimensões continentais, o que eleva
a importância de uma articulada rede de transporte que integre de maneira
eficaz e pouco onerosa todas as áreas habitadas e de uso do espaço geográfico
no país. Nesse sentido, o sistema de transporte mais utilizado para
deslocamento de cargas e serviços é o:
a) rodoviário
b) ferroviário
c) hidroviário
d) aeroviário
e) marítimo
02-As
ferrovias no Brasil estão geograficamente concentradas:
a) na região Nordeste, como resultado das políticas
coloniais de transportes das commodities aqui cultivadas pela metrópole.
b) na região Sudeste, em razão das estruturas instaladas no
auge da economia cafeeira.
c) no Centro-Oeste, como uma obra de promoção da política da
Marcha para o Oeste.
d) no Sul, para atender os interesses das oligarquias
gaúchas.
e) em todo o litoral, como herança da concentração
populacional nessa faixa do país.
03-(UFMG)
Considerando-se as redes que compõem as diferentes modalidades de transporte no
Brasil, é INCORRETO afirmar que:
a) as ferrovias são, em sua grande extensão, utilizadas
sobretudo para o escoamento da produção mineral e subutilizadas no transporte
interurbano e inter-regional de passageiros.
b) as hidrovias tornariam o preço do produto agrícola
brasileiro mais competitivo no mercado internacional, mas têm sua implementação
dificultada pelo custo e pelos impactos ambientais decorrentes de seus
projetos.
c) as rodovias, principal modalidade de transporte do país,
assumem, com alto custo, elevada tonelagem no deslocamento de mercadorias diversas
e maior percentual de tráfego de passageiros.
d) o transporte aéreo registra um uso mais intenso nas
regiões do país onde há grandes distâncias entre os principais centros urbanos
e fraca densidade das redes rodoviária e ferroviária.