Unidade Educacional: Colégio Estadual Princesa Izabel
Diretor: Wattson Mamedes de
Souza
Professora: Luciene Aparecida
Silvestre
Aluno (a):___________________________________________________
Série: 7ª Ano A e B
Taquaral de Goiás, 05 de Agosto de 2021
Atividades
de Língua Portuguesa referente ao 3ª Bimestre de 2021.
INSTRUÇÕES:
1.
Preencha o cabeçalho.
2.
Dê respostas completas a todas as questões. Faça letra legível.
3. Leia as questões com atenção antes de respondê-las;
O que é crônica?
Dentre os inúmeros gêneros textuais existentes, um
dos mais populares e utilizados para descrever situações do cotidiano é
a crônica. Muito usado em textos jornalísticos publicados em jornais e
revistas, é um gênero textual curto escrito em prosa, escrita em
uma linguagem simples e coloquial, que torna a leitura mais fácil e
agradável. Também permite que o leitor se sinta amigo do cronista, já que o
texto é desenvolvido em tom de conversa informal.
A crônica é um tipo de texto que
tem prazo de validade por se tratar de um assunto contemporâneo,
geralmente uma crítica ou comentário sobre algo que está sendo debatido no
momento.
Entre as principais características da
crônica, é possível destacar a linguagem simples, objetiva e o texto
curto. Além de se tratar de uma abordagem que geralmente retrata temas
contemporâneos.
Em seu eixo temático, é um texto que
retrata acontecimentos do cotidiano, sempre com um caráter crítico (sobre
comportamentos sociais, leis, instituições etc.). É um gênero
textual que passeia entre o jornalístico e o literário, trazendo
temas reais trabalhados de forma mais subjetiva.
A crônica é um tipo de texto que chama atenção
pelo seu tom mais leve, muitas vezes irônico e humorístico, prendendo a
atenção do leitor por contar a história de forma rápida e sem grandes
detalhamentos.
A essência da crônica é:
Trata de assuntos contemporâneos.
Utiliza linguagem simples e coloquial.
Faz uso de poucos ou nenhum personagem.
Tom irônico e humorístico.
Bastante usado no jornalismo.
Textos rápidos e objetivos.
Apesar de se tratar de um
texto narrativo-descritivo, a crônica pode ser escrita de formas
diferentes e tratar os assuntos de formas distintas. Entre os
principais tipos de crônica, é possível destacar:
Crônica narrativa – conta fatos do
cotidiano, acontecimentos das últimas semanas e ações em geral.
Crônica descritiva – se trata de um
texto descritivo sobre uma determinada situação do cotidiano, em
algum local, contendo ou não personagens. Explora ao máximo os detalhes do
objeto, local, pessoa ou animal que o cronista deseja descrever.
Crônica humorística – voltada ao humor,
mas que usa a seu favor a ironia para entreter seu público. Na maioria das
vezes, a crônica humorística é utilizada para contar um acontecimento
político, econômico ou cultural de uma forma mais descontraída.
Crônica jornalística – texto muito utilizado
pela imprensa brasileira para retratar e refletir sobre temas da
atualidade em uma linguagem um pouco mais leve. Esse tipo de crônica
possui um caráter mais narrativo e argumentativo, mas sempre trazendo a
leveza textual.
Leia o texto abaixo e depois responda as atividades
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
ONDE JÁ SE VIU?
- Tatiana Belinky
Uma tarde
de inverno, estava eu lá, na Rua Barão de Itapetininga, mexendo nas estantes de
uma livraria. (Não consigo passar por uma sem entrar para fuçar no meio dos
livros. Desde que eu tinha quatro anos de idade – o que já faz muito tempo –
livro para mim é a coisa mais gostosa do mundo. A gente nunca sabe que surpresa
vai encontrar entre duas capas. Pode ser coisa de boniteza, ou de tristeza, ou
de poesia, ou de risada, ou de susto, sei lá. Um livro é sempre uma aventura,
vale a pena tentar!)
Pois bem,
estava eu ali, muito entretida, examinando os livros, quando de repente senti
que alguém me puxava pela manga. Olhei para baixo e vi um menino – um garotinho
de uns nove ou dez anos, magrelo, sujinho, de roupa esfarrapada e pé no chão.
Uma dessas crianças que andam largadas pelas ruas da cidade, pedindo esmola.
Ou, no melhor dos casos, vendendo colchetes ou dropes, essas coisas. Eu já ia
abrindo a bolsa para livrar-me logo dele, quando o garoto disse:
_ Escuta,
tia… (naquele tempo, ninguém chamava a gente de tia: tia era só a irmã do pai
ou da mãe).
_ O quê?
_ perguntei. _ O que você quer?
_ Eu…
dona, me compra um livro? _ disse ele baixinho, meio com medo.
Dizer que
fiquei surpresa é pouco. O jeito do menino era de quem precisava de comida, de
roupa, isso sim. Duvidei do que ouvira:
_ Você
não prefere algum dinheiro? _ perguntei.
_ Não,
dona _ disse o garoto, mais animado, olhando-me agora bem nos olhos. _ Eu
queria um livro. Me compra um livro?
Meu
coração começou a bater mais forte.
_ Escolha
o livro que você quiser _ falei.
As
pessoas na livraria começaram a observar a cena, incrédulas e curiosas. O
menino já estava junto à prateleira, procurando, examinando ora um livro, ora
outro, todo excitado. Um vendedor se aproximou, meio desconfiado, com cara de
querer intervir.
_ Deixe o
menino escolher um livro _ falei. _ Eu pago.
As
pessoas em volta me olhavam admiradas. Onde já se viu alguém comprar um livro
para um molequinho maltrapilho daqueles?
Pois vou
lhes contar: foi exatamente o que se viu naquela tarde, naquela livraria. O
menino acabou se decidindo por um livro de aventuras, nem me lembro qual. Mas
me lembro bem da minha emoção quando lhe entreguei o volume e vi seus olhinhos
brilhando ao me dizer um apressado obrigado, dona! Antes de sair em disparada,
abraçando o livro apertado ao peito.
Quanto
aos meus próprios olhos, estes embaçaram estranhamente, quando pensei comigo:
“Tanta criança rica não sabe o que perde, não lendo, e este menino pobre _ que
certamente não era um pobre menino _ sabe o valor que tem essa maravilha que se
chama livro!”
Isso
aconteceu há vários anos. Bem que eu gostaria de saber o que foi feito daquele
menino…
Tatiana Belinky. Onde já se viu? In: _ Olhos de
ver. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2004. P. 19-21.
1. A crônica é um gênero textual de narrativa
breve, geralmente produzida para ser publicada em jornais ou revistas.
Refere-se a assuntos do cotidiano, apresenta linguagem coloquial e, às vezes,
mistura os níveis de linguagem formal e informal.
a) Qual fato ou situação foi o ponto de partida da
crônica de Tatiana Belinky?
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b) Que tipo de linguagem é empregada na crônica?
Justifique a resposta anterior com trechos do texto.
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c) Quando e onde o fato aconteceu?
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2. Em sua opinião, a narradora realmente vivenciou
o fato (ou situação) ou ela o criou?
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3. A crônica pode ter vários objetivos: divertir o
leitor, fazê-lo refletir ou emocioná-lo. Qual das alternativas abaixo está de
acordo com a crônica que você leu?
a) ( ) Trata de um assunto qualquer de
forma divertida e bem-humorada.
b) ( ) Reflete, de forma poética, sobre
uma situação, despertando a emoção no leitor.
c) ( ) Reflete, de forma crítica, sobre
o problema das famílias menos favorecidas.
d) ( ) Reflete sobre a importância da leitura em sala de aula.
4. Leia a frase “Dizer que fiquei surpresa é
pouco.” Imagine que você estava na livraria, no momento do acontecimento.
Descreva, com detalhes (gestos, expressão facial) como seria a surpresa da
autora.
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5. No início da crônica, a narradora faz uma pausa
momentânea no assunto sobre o qual estava falando e introduz um comentário
pessoal. Que sinal de pontuação foi empregado para indicar essa interrupção?
a) ( ) Os parênteses.
b) ( ) A vírgula.
c) ( ) As aspas.
d) ( ) O travessão.
6. No antepenúltimo parágrafo do texto, foi
empregado o sinônimo do substantivo livro. Escreva qual é o substantivo e
explique por que ele foi empregado.
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7. Ao dizer que seus olhos se “embaraçaram
estranhamente “, a autora revela que
a) ( ) achou muito estranho tudo o que
aconteceu na livraria.
b) ( ) ficou emocionada ao perceber
como o menino valorizava a leitura.
c) ( ) ficou com pena de não ter dado
também uma esmola para o menino.
d) ( ) estranhou o fato de o menino gostar de ler.
8. O texto apresenta algumas expressões
características de uma linguagem informal, típicas da expressão falada.
Reescreva os trechos a seguir, substituindo as palavras destacadas por outras
de mesmo sentido.
a) “Não consigo passar por uma sem entrar para fuçar
no meio dos livros.” (remexer)
b) “… estava eu ali, muito entretida,
examinando os livros…” (distraída, absorta)
c) “As pessoas na livraria começaram a observar a
cena, incrédulas e curiosas.” (desconfiadas)
d) “… examinando ora um livro, ora outro, todo excitado.”
(entusiasmado)
e) “Antes de sair em disparada, abraçando o livro apertado ao peito.” (velozmente)
9. Releia a seguinte fala da narradora da crônica.
“Tanta criança rica não sabe o que perde, não
lendo, e este menino pobre – que certamente não era um pobre menino – sabe o
valor que tem essa maravilha que se chama livro!”
Com esse comentário, a narradora faz uma crítica em
relação ao hábito de leitura entre crianças de diferentes realidades sociais.
Explique como se dá essa crítica.