Colégio Estadual Princesa Izabel. Taquaral de Goiás, 01 de março de
2021.
Diretor: Wattson Mamede de Souza
Coordenadora: Iêda Martins Cananéia
Profª. de Geografia: Rubla Moame
Aluno: 7º Ano- Turma: A
e B Atividade impressa somente
para alunos que realmente não conseguirem escrever no caderno ou que não tenham
internet. No caso de fazê-la impressa, circule no cabeçalho a sua turma.
Conteúdo: Povoamento e ocupação do território brasileiro.
O início da ocupação europeia no território brasileiro, a
partir do século XVI, foi parte da expansão territorial portuguesa no
Atlântico, estimulada pela Revolução Comercial, que tornara a Europa sedenta
por produtos tropicais, além de minerais. Nesse mesmo século foram iniciadas
então a expropriação (desapropriação forçada; ato de retirar
algum pertence a força) da população nativa e a devastação da floresta, com o
povoamento e colonização. Inicialmente, navegadores, aventureiros e corsários
se interessaram por produtos da terra, como o pau-brasil, estimulando os
indígenas do litoral a coletarem madeiras e peles de animais adentrando nas
matas, em troca de objetos de pouco valor.
⇒ Início da ocupação pelos
portugueses
Somente algumas décadas após o “descobrimento”, Portugal voltou
suas atenções para esse território, iniciando de fato o povoamento e desmatando
grandes áreas para a agricultura, sobretudo da cana-de-açúcar. Para produzir o
açúcar, aprisionaram e escravizaram indígenas, importaram pessoas escravizadas
da África, trouxeram animais de tração da Europa e intensificaram a destruição
da floresta. Os indígenas que se rebelaram, fugiram para o interior, sendo
perseguidos pelos portugueses que, nessa busca, conquistaram mais terras.
No Sudeste do Brasil e
na Bahia, a penetração foi bem mais expressiva ao final do século XVI, quando
os bandeirantes se interiorizaram na busca por metais preciosos e índios para
escravizar. Na Bahia, quem comandou a penetração foram fazendeiros à procura de
terras para a pecuária, que também buscaram exterminar os indígenas
resistentes.
No século XVIII,
a ocupação já era mais intensa. Na bacia do São Francisco e parte do sertão
nordestino, grandes latifúndios eram explorados diretamente pelos sesmeiros, ou
por sitiantes que criavam animais e pagavam uma pensão ao proprietário.
⇒ Descoberta das Minas Gerais
Minas de
ouro e de pedras preciosas foram descobertas pelos paulistas que adentravam
novas terras, atraindo grandes migrações ao interior e formando arraiais de
garimpeiros. Esse povoamento descontínuo se adensava em torno dos garimpos,
originando vilas, muitas vezes, distantes entre si, como o núcleo situado nos
Gerais e Diamantina, Vila Boa de Goiás e Cuiabá. Entre essas vilas, desenvolveram-se
lavouras de subsistência (sem fins lucrativos, para a
sobrevivência) e também atividades pecuárias. Aos poucos, estas áreas deram
origem às Capitanias de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, desmembradas da
então Capitania de São Vicente.
⇒ Povoamento do sul do Brasil
No sul do Brasil daqueles tempos, houve pouquíssimo povoamento no
litoral, na porção ocidental interiorana se desenvolveu um Estado teocrático
indígena, organizado pelos jesuítas, com a formação das missões.
Lá desenvolviam a pecuária e a agricultura de subsistência. Essa civilização,
com obras de arte monumentais, como a igreja de São Miguel, provocou suspeitas
entre as coroas de Espanha e Portugal, além de despertar a cobiça dos bandeirantes que,
em sucessivas incursões, destruíram vários núcleos missioneiros, escravizando
indígenas, roubando o gado e desorganizando a estrutura de povoamento.
A colonização, ou dominação do território no sul do país ocorreu
com população de origem portuguesa – colonos açorianos assentados no Rio Grande
do Sul. Áreas percorridas por bandeirantes paulistas que se estabeleceram nas
áreas de campo, desenvolvendo a pecuária, que ali encontrou condições
ambientais favoráveis.
Por volta do século XIX, no sul do
Brasil foram instaladas colônias baseadas no sistema de apropriação de terras,
através de colonização oficial ou particular. Esse modo de ocupar as terras foi
mais difundido nessa região, assentando distintas levas de imigrantes para além
dos portugueses, como: alemães, italianos, árabes, poloneses e japoneses.
⇒ A ocupação da Amazônia e o
norte do Brasil
A
ocupação da Amazônia foi lenta. As distâncias eram enormes, o clima muito
quente e úmido, os indígenas insubmissos e diversas doenças atingiam os navegadores
e aventureiros. Os rios e seus afluentes foram percorridos por navegadores
portugueses e espanhóis desde o século XVI, com vantagem para os lusitanos que
se estabeleceram na foz do grande rio, em Belém, fazendo expedições de caça aos
indígenas e à procura de drogas do sertão.
No século
XVIII, com maior definição das fronteiras com a Espanha, Portugal estabeleceu
um modelo de ocupação permanente, utilizando em princípio missões religiosas e,
em seguida, estabelecimentos governamentais para reter o indígena e fazê-lo
produzir para o mercado – madeiras, essências florestais, peixes salgados,
couros e peles, entre outros.
Na
segunda metade do século XIX, a exploração da borracha e da castanha
provocariam uma intensificação da migração para a Amazônia, causando o abandono
das roças de mantimentos e o aumento da exploração da seringueira e da
castanheira. A economia se focou ao mercado externo, implantando-se os
seringais nas margens dos rios, enquanto nos pontos de convergência de vários
rios situaram-se vilas e cidades; dentre elas, Belém e Manaus tiveram grande
crescimento populacional e comercial. O ciclo da borracha não duraria muito,
porque a seringueira foi levada para o Sudeste Asiático, conquistando os
mercados do Brasil. A estagnação e decadência duraram até a segunda metade do
século XX, quando o povoamento foi adensado com a construção de rodovias e o
desenvolvimento da mineração e da pecuária.
⇒ A ocupação da região central
do país e Brasília
O processo de ocupação da Amazônia, desenvolvido a partir dos anos 1930,
e o projeto de transferência da capital para o Planalto Central, foram feitos
por algumas etapas: do Estado Novo de Vargas; de Juscelino, com ênfase na
construção da capital Brasília e ligação do território nacional; a do período
militar, com grande abertura para o capital estrangeiro e o emprego de grandes
capitais na construção de rodovias e mineração; e a etapa que o geógrafo Manuel
Correia de Andrade considera que se inicia em meados da década de 1990,
caracterizada pela grande crise da chamada década perdida (1980) e a tentativa
de recuperação.
No
período Vargas, o governo desenvolveu projetos de colonização agrícola no
chamado Mato Grosso de Goiás e no próprio Estado de Mato Grosso criou cinco
territórios federais, visando dinamizar economicamente as áreas de fronteiras,
desenvolvendo atividades em trechos distantes e pouco povoado. Destes
territórios fronteiriços, três se transformaram em estados – Amapá, Roraima e
Rondônia – e dois foram extintos em 1947: Iguaçu e Ponta-Porã (integrado ao
atual estado do Mato Grosso do Sul, criado em 1975).
No
período de Juscelino Kubitschek foi realizada a construção de Brasília, fazendo
uma área antes formada por grandes fazendas de criação e terras devolutas quase
despovoadas ser ocupada por cidades, formando núcleos urbanos que viviam em
função da capital. A construção da cidade atraiu muitos migrantes,
principalmente do Nordeste – os candangos – trazendo crescimento populacional a
Goiás, graças à abertura de estradas. A inauguração da rodovia Belém-Brasília facilitou
a penetração do povoamento até a porção sul do Maranhão e do Pará,
influenciando a criação do Estado do Tocantins, em 1988.
Os
militares, que ocuparam o poder de 1964 a 1985, desenvolveram uma política de
expansão no Norte e no Centro-Oeste. Concluíram assim a construção de estradas
que ligaram o Centro-Sul às principais cidades amazônicas, fortalecendo uma
migração populacional no sentido Sul-Norte. Grandes projetos foram iniciados
por grupos internacionais interessados na extração de minérios, desmatamento
para a produção de celulose, entre outros. Concessões de terras desvantajosas
também foram feitas visando a extração de bauxita (de onde se extrai o
alumínio) no Pará. Projetos como esses ocorreram por toda a região,
acompanhados de concessões nas áreas próximas às rodovias, sobretudo para a
pecuária bovina e localização de colonos que deveriam produzir cacau e café
para exportação. Essa política foi prejudicial ao país, por desconsiderar a
inadequação de grande parte dos solos e o encarecimento dos produtos, devido às
distâncias. Ademais, foi responsável pelo desmatamento de grandes áreas, erosão
dos solos, poluição dos rios, além de estimular a formação de imensos latifúndios
improdutivos.
O “vazio” demográfico existente em áreas de fronteira, o crescimento do
narcotráfico e a penetração de garimpeiros estrangeiros, levaram o Exército a
formular um projeto de ocupação e povoamento da fronteira, o Calha Norte,
idealizado em 1985 durante o governo Sarney, que previa a ocupação militar de
uma faixa do território nacional situada ao Norte da Calha do Rio Solimões e do
Rio Amazonas.
Só para finalizar:
"O conhecimento do território
brasileiro e de suas bases físicas é importante para compreender que o país
possui potencialidades econômicas e sociais, mas também vulnerabilidades
ambientais."
Ok!
Agora vamos verificar a sua
aprendizagem.
ATIVIDADES
- Para
garantir a posse da terra, Portugal decidiu colonizar o
Brasil. Mas, para isso, seria preciso desenvolver uma atividade econômica
lucrativa. A solução encontrada foi implantar em certos trechos do litoral
a) ( ) a produção
açucareira.
b) ( ) a exploração do
ouro.
c) ( ) a criação de gado.
d) ( ) o comércio de especiarias.
- Sabe-se
que as chamadas “drogas do Sertão” (cravo, canela, castanha, cacau) que
juntamente com as atividades missionárias dos jesuítas deu início a
ocupação
a) ( ) da parte sul do
Brasil.
b) ( ) da região
amazônica.
c) ( ) da região mineira.
d) ( ) do nordeste
brasileiro.
- Com
a crise da economia açucareira e as constantes expedições ao longo das
áreas interioranas do Brasil, inicia-se assim o ciclo
a) ( ) do café.
b) ( ) da madeira.
c) ( ) do ouro.
d) ( ) da pecuária.
- Quais
foram as principais medidas tomadas pelos portugueses em relação ao início
do povoamento e da efetiva colonização do território brasileiro?
- Explique
os reflexos socioeconômicos e populacionais do “ciclo da borracha” na
região amazônica.
- Descreva
o processo de expansão do norte e centro-oeste brasileiro entre 1964 à
1985, tendo em foco seus impactos socioambientais e socioeconômicos.