segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

GEOGRAFIA 8º Ano A e B- Ensino Fundamental

 

Colégio Estadual Princesa Izabel. Taquaral de Goiás, 22 de fevereiro de 2021

Diretor: Wattson Mamede de Souza

Coordenadora: Iêda Martins Cananéia

Professora de Geografia: Rubla Moame

Aluno:                                                      8ºAno A e B <= circule a sua turma

Atividade impressa somente para alunos que realmente não tenham internet. No caso de fazê-la impressa, circule no cabeçalho a sua turma. Leiam com atenção o texto para lhes ajudar a responder a atividade.

Conteúdo: Fluxos populacionais, migrações internacionais.

Para começar...

Vamos entender que essa dinâmica da população é importante para compreendermos a distribuição desigual de riquezas e os problemas de abastecimento e consumo.

 

Movimentos Migratórios

          Impulsionados por motivos diversos, como a fome, a conquista territorial, a fuga a perseguições políticas e religiosas, as crises econômicas, entre outros, os movimentos migratórios têm se realizado ao longo da história de forma contínua.

          Cada época marca seu motivo. A verdade é que os movimentos de popu­lação permitiram o povoamento do mundo e significaram a expansão de etnias, línguas, religiões e conhecimento, num emaranhado processo que dá ao mundo atual os traços de grande diversi­dade e riqueza cultural que observamos.

          As chamadas Grandes Navegações ou “grandes invasões”, por exemplo, foram responsáveis pela colonização do continente americano a partir do século XVI; e significaram a difusão da cultura dos europeus, a qual entrou em choque com as culturas das comunidades indí­genas que já habitavam o território.

          Esse deslocamento populacional foi estimulado pelo expansionismo territorial das potências europeias da época, que buscavam fontes de matérias-pri­mas e novos mercados para seus pro­dutos, portanto, tinha motivação geopolítica e econômica. Essa migração aumentou maciçamente no século XIX e começo do XX.

          Paralelamente, perseguições políti­cas e religiosas, guerras e crises econô­micas foram responsáveis por grandes deslocamentos humanos da Europa e Ásia para as Américas. Outras partes do mundo sofreram estimulação migrató­ria mais localizada, como é o caso da Austrália e Nova Zelândia, onde a pers­pectiva de melhoria de condições de vida, com a possibilidade de mobilida­de social (ascensão econômica), incen­tivou especialmente parte da popula­ção da Grã-Bretanha a emigrar.



 



Causas das migrações atuais

Os movimentos migratórios atuais rela­cionam-se, principalmente, a duas causas:

 A busca por melhores condições de vida – caracteriza os deslocamentos populacionais provocados pela miséria que se concentra em algumas partes do mundo. Por­tanto, têm caráter econômico, constituindo fluxos ou correntes migratórias de países pobres para países ricos. Exemplos: pós-década de 60 (século XX), da Europa Mediterrânea para a Euro­pa Ocidental; na atualidade, do norte da África para países europeus, de regiões da América Latina para os EUA e Canadá, do extremo oriente para as Américas. Essas migrações são vistas como o efeito colateral mais perverso da globalização.

 A fuga de regiões em conflito – trata-se de migrações provocadas por guerras locais, portanto, têm motivação político-bélica, constituindo um verdadeiro êxodo para os países que recebem os refugiados. Esses deslocamentos ocorrem por uma questão de sobrevivência às perseguições motivadas por conflitos étnicos e às atrocidades cometidas contra as populações ci­vis. Os exemplos mais recentes fo­ram os que ocorreram na Bósnia-Herzegovina e Kosovo.

          Mas é no continente africano que se desencadeia a maior quantida­de de movimentos migratórios: são legiões de refugiados vagando pelo espaço local, à procura de abrigo, fugindo de guerras tribais, instabilidades políticas, questões raciais e religiosas e golpes mili­tares.

Áreas de repulsão e atração

          Hoje, no mundo, podemos identi­ficar algumas áreas com característi­cas de repulsão (países emissores) e de atração (países receptores) no espaço terrestre, que levam milhares de pessoas a se deslocar.

Como áreas de repulsão, podemos identificar:

 

América Latina

México, América Central e América do Sul

          Com seus históricos problemas de desequilíbrio econômico, provocados por endivida­mentos e mau gerenciamento do dinheiro público, gerando enormes bolsões de pobreza.

 

África

          Onde, além da pobreza crônica da população, ocorrem conflitos raciais de extrema vio­lência dentro dos países arti­ficialmente criados pelos colo­nizadores europeus.

 

Ásia

          O continente que concentra o maior contingente absoluto de pobres do mundo onde as estruturas sociais são pro­fundamente injustas, muitas vezes exacerbadas pelos siste­mas de castas e pelo comportamento religioso.

 

Leste Europeu

          Onde o fim do socialismo gerou enorme desor­ganização econômica, com a eli­minação de empregos e benefí­cios estatais, expondo diferenças antes controladas pela ideologia política comum, provocando con­flitos étnicos e religiosos.

          O desenvolvimento do capitalis­mo internacional concentrou, parti­cularmente, a riqueza em algumas regiões do globo, atraindo as popula­ções empobrecidas que têm grande desejo de participar dos benefícios decorrentes desse poder.

Como exemplos dessas áreas de atração, podemos identificar:

 

América Anglo-Saxônica

          Os EUA e, em menor escala, o Ca­nadá, com suas ricas econo­mias, são atrativos para as po­pulações latino-americanas, principalmente mexicanos e centro-americanos que veem na poderosa nação (EUA) a solução para seus problemas. Veja mais em Imigração Ilegal ao EUA.

 

Europa Ocidental

          Essa região concentra as principais econo­mias do continente: Alemanha, França, Itália e Reino Unido, além da Holanda, Suécia e Suí­ça. A Europa é circundada por várias regiões com economias problemáticas, como a África, Oriente Médio, Europa Oriental e, mais distante, o Sul e Sudeste Asiático.

          Quando, nos anos 60 (século XX), os países acima citados começaram a apresentar um desenvolvimento mais ace­lerado, libertando-se dos pro­blemas gerados pela Segunda Guerra Mundial, teve início a imigração. Em princípio, ela ocorreu na própria Europa (migração intracontinental), dos países mais pobres, como Por­tugal, Irlanda, Grécia, Espanha, e Turquia em direção aos países centrais. Mais tarde, também começaram a chegar os imi­grantes de outros continentes (migração intercontinental), os quais eram bem-vindos à medi­da que forneciam mão-de-obra barata, substituindo os traba­lhadores locais em serviços ge­ralmente braçais. O mais típico exemplo foram os turcos mi­grando principalmente para a então Alemanha Ocidental.

          En­tretanto, as crises econômicas e as transformações na estrutura de trabalho, com a automação, reduziram os empregos. Surgi­ram, então, as sombras da xe­nofobia. A situação ficou pior com o fim do sistema socialista e o surgimento de grupos euro­peus orientais desempregados e empobrecidos. A partir daí, o imigrante estrangeiro passou a ser visto como um intruso ou concorrente indesejado, levan­do muitos países a adotar me­didas restritivas.

 

Japão

          Relativamente recentes nos processos migratórios, os países começaram a se tornar um polo de atração a partir de seu acelerado crescimento econômico dos anos 70. Inici­almente os imigrantes provi­nham das cercanias de China, Taiwan e Coreia do Sul. O envelhecimento precoce da popula­ção, entretanto, serviu de maior atrativo, levando a um aumento da imigração, com destaque para o brasileiro, (dekassegui), trabalhador não-qualificado, aproveitado para as tarefas bra­çais. Milhares de famílias brasi­leiras mudaram para o Japão em busca de dólares.

ATIVIDADES

  1. Quais são as principais áreas de repulsão de populações no planeta? Por que isto ocorre?
  1. Explique as principais causas dos movimentos migratórios no mundo atual.
  1. De acordo com o texto, quais foram as consequências das crises econômicas para a imagem dos imigrantes?
  1. “O desenvolvimento e o maior acesso ao transporte intercontinental (por aviões ou navios), somados à facilidade de obtenção de informações sobre outros países por meio dos veículos de comunicação (televisão, rádio, internet, etc.), impulsionaram o movimento de pessoas que buscam melhores condições de vida – nem sempre alcançadas fora do país de origem. Ao contrário do que se verifica com os fluxos econômicos (dinheiro), as fronteiras nacionais são reforçadas por governos de muitos países, principalmente dos desenvolvidos, para a entrada de imigrantes”.

Um exemplo mundialmente reconhecido de restrição à entrada de imigrantes conforme mencionado no trecho acima é:

a) (   ) a criação da União Europeia com número restrito de países.

b) (   ) a construção e ampliação do Muro do México.

c) (   ) a intervenção dos Estados Unidos em Cuba.

d) (   ) a deportação de estrangeiros irregulares no Brasil.

5. “O número de imigrantes que vivem nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentou em um terço na última década, apesar da recente queda dos fluxos migratórios provocados pela crise econômica iniciada em 2008, afirma um relatório publicado pela entidade nesta segunda-feira. Segundo a OCDE, que reúne 34 países, a maioria deles ricos, cerca de 110 milhões de imigrantes viviam nos países-membros da organização em 2009/2010, o equivalente a 9% da população total”.


Em destaque, países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)

 

          Em busca de melhores condições de vida, muitos imigrantes saem de países pobres em direção aos territórios de economias desenvolvidas. Essa procura intensifica-se porque nos países desenvolvidos:

a) (   ) há uma política de controle e recepção dos grupos imigrantes.

b) (   ) são registrados baixos índices de xenofobia (aversão a estrangeiros).

c) (   ) a burocracia facilita a regularização de imigrantes, mesmo que ilegais.

d) (   ) há uma elevada necessidade de mão de obra barata e de baixo custo.

  1. Um dos principais tipos de migrações internacionais existentes é a chamada fuga de cérebros”, que consiste:

a) (   ) na perda de trabalhadores com baixa qualificação técnica para países estrangeiros, geralmente mais desenvolvidos.

b) (   ) na migração sazonal (durante certas épocas do ano, com tempo limitado) de pesquisadores universitários e estudantes, como em intercâmbios e cursos de capacitação.

c) (   ) na adoção de políticas internacionais para facilitar o deslocamento dos profissionais de alta capacidade e boa formação escolar.

d) (   ) no deslocamento em massa de profissionais especializados e de grande conhecimento para outros países.